domingo, 29 de agosto de 2010

À Cavalo, Contra a Lei, À Favor do Passado


Lançado nos Estados Unidos em 1968, este filme tem como roteirista, Luciano Vincenzoni e sua trilha sonora é do premiadíssimo Ennio Morricone. Dirigido por Giulio Petroni, o filme inicia-se com o assassinato, por quatro ladrões, de modo cruel, da família de Bill Meceita, que testemunha o massacre e é o único sobrevivente. Desta maneira, Bill (John Phillip Law), tem um único objetivo na vida: matar os assassinos de sua família. Passados 15 anos, Ryan (Lee Van Cleef), um condenado que acabou de sair da cadeia, cruza o caminho de Bill e ambos, cada qual a sua maneira, iniciam uma jornada de perseguição a inimigos em comum, porém, Bill desconhece que Ryan também fez parte do bando que dizimou sua família.

Que nome poderia ser mais convidativo e estiloso num filme de faroeste? Com um conjunto de atores fantástico e diretores, a "vendetta"é, mais uma vez, o motor de toda a trama. Bill e Ryan formam uma dupla dinâmica e juntos buscam a vingança em comum.

É o tipo de filme que todo homem que se preze gostaria de descobrir no começo de uma madrugada num canal à cabo. A Morte Anda a Cavalo é um filme leve, que implora por um enredo e um confronto dignos do poderoso Morricone.

Muitos Dólares e Três Homens


A consagração de Clint Eastwood se deu em 1964. Diferentemente do que se vê hoje, Clint era um pistoleiro. Joe, seu personagem, era um pistoleiro barra-pesada que chega a uma cidade que está em guerra. Tanto vilões como mocinhos se interessam por Joe, seu potencial era incrível. Com toda essa capacidade, e um pouco de malícia, Joe percebe que pode ganhar um pouco mais de dinheiro, aceitando a proposta dos dois lados.

Joe durante quase o filme todo é um pistoleiro "sem nome", só é chamado durante o filme uma única vez por este nome, por um agente funerário.

Toda a obra, dirigida por Sergio Leone, permitiu o surgimento de outros filmes, criando uma trilogia conhecida como Trilogia dos Dólares (Por Um Punhado de Dólares, Por Um Punhado de dólares a Mais e Três Homens em Conflito), que se desenrolou de 1964 a 1966. Desenrola-se em uma remota cidadela mexicana chamada San MIguel, dividida entre dois grupos rivais, os Rojo e os Baxter.

Sem nome serve apenas aos seus próprios interesses, algo com que as pessoas teriam que se acostumar até os dois filmes seguintes. O velho oeste está "esquecido por Deus" e quem tem um revólver em mãos é detentor da "palavra sagrada", usando-a como bem entender.

O melhor momento do filme (e talvez o melhor close de toda esta trilogia) é precisamente quando o personagem de Eastwood revela a Ramón, um pistoleiro do grupo dos Rojo, o segredo da sua aparente invulnerabilidade. Com uma imagem, um movimento, Leone consegue o que certos diretores não atingem em toda carreira, e que, em síntese, é a razão de existir do cinema: despertar uma pilha de emoções.

Vingança


Eis o prato principal de todo faroeste. O ambiente soturno e sobrenatural despertam a atenção. Em Django, o protagonista não tenta vingar a morte de um familiar ou amigo, mas sim a sua própria morte. Deambula comoum espirito desassossegado que volta para se vingar para finalmente conseguir encontrar paz e repouso após o sucesso de sua missão.

Django foi reencarnado num espírito fantasmagórico, quase desprovido de emoções.

A presença de símbolos religiosos, o papel feminino diretamente ligado à ganância, oportunismo, ao viver de aparências e à loucura extrema de um dos vilões que, embora subestimado pela maioria, foi o mais implacável, inteligente, sagaz e perigoso de todos.

Ao longo do filme ficamos com a ideia que o protagonista é realmente um ser sobrenatural e não o único sobrevivente do massacre. Isso deve-se muito à forma misteriosa como Django desaparece e reaparece sem explicação plausível e ao bem conseguido jogo entre imagens e música.

Vendetta!!!

Frases-bordào como "Sou um demônio vindo do inferno" ou "Não viveremos para sempre", atestam a personalidade de Django. O filme, por muitos é considerado um dos 10 melhores do gênero, outros não pensam assim, o colocam em um meio termo do tipo: não é um escabro de tiroteios aleatórios e violência sem nexo, nem um filme com brilho fantástico.

Em suma, “Django il bastardo” é um filme que cumpre os objetivos, longe de ser uma obra deslumbrante. Os fãs de Anthony Steffen vão gostar porque, como sabem, o homem fala com o colt e não dá asas a paleio desnecessário.